25 janeiro 2009

TESTEMUNHO - gosto do Martinó, pronto!

Gosto do António Martinó, pronto! Martinó para os amigos.
Gosto por muitas razões embora quatro delas sejam para mim referências indispensáveis.

a. íntegro como pessoa.
b. pedagogo bastante à frente do seu tempo e não apenas professor.
c. artista nato e multifacetado.
d. animador (cultural, educativo, artístico e social) com Alma e Cultura.
Seriam razões suficientes para se gostar do Martinó. Todavia existem muitas outras razões: solidário, disponível, afectuoso, honesto, inteligente e empreendedor.

Tudo isto traduz um pouco a sua história de vida, ela própria plena de Afectos, ambiciosa nos Compromissos, dinâmica nos Projectos e séria na Palavra.

Gosto do Martinó, pronto!
Pela camaradagem que estabelece.
Pelo respeito que promove.
Pela admiração que cultiva.
Na sua relação comigo, naturalmente! Mas sobretudo na relação com as pessoas que, como ele, convocam os valores, essenciais e indispensáveis, que valorizam e dignificam as relações societárias.

Gosto do Martinó, pronto!
Afinal porque temos afinidades: de Princípios, de Projectos e de Caminho, embora de uma geração posterior à sua. Todavia o Martinó esteve sempre à frente da sua geração.
A família ama-o
Os amigos estimam-no
Ele e a cidade de Portalegre merecem-se. Sempre deu muito de si à cidade que ama.
Tem obra vasta e coerente nas dimensões acima referenciadas.

Por tudo isto, e pela amizade e camaradagem que nos une, quero prestar hoje, aqui no meu blogue, o meu tributo a António Martinó.

António Miguel Martinó de Azevedo Coutinho nasceu em Portalegre em 1935. Foi professor entre 1953 e 1991, sucessivamente nos ensinos primário, preparatório, médio e superior politécnico, sobretudo nas áreas da expressão e comunicação visual. Dedicou-se particularmente à formação inicial e em serviço, a projectos pedagógicos inovadores e à banda desenhada (BD). Na juventude participou em diversas exposições colectivas de pintura, tendo conquistado o 2º prémio no Concurso de Desenho Artístico e Pintura da JEC (1948, Portalegre), o 1º prémio no Salão Provincial de Educação Estética, da MP (1949, Évora) e o 1º prémio no Concurso Literário-Artístico / Desenho, da JEC (1950, Abrantes). Pertenceu ao AMICITIA - Grupo Cultural de Portalegre, que desenvolveu assinalável actividade na cidade, entre 1957 e os finais dos anos 60. Nos princípios da década de 60 foi vereador da Câmara Municipal de Portalegre, num mandato interrompido pela mobilização para o serviço militar. Entre 1970 e 1975 escreveu programas radiofónicos emitidos pela Rádio Escolar e pela Rádio Tempo Livre, na antiga Emissora Nacional de Radiofusão. Em 1978 foi delegado em Portugal do projecto pedagógico ICAV (Iniciation a la Communication AudioVisuelle), da Academia de Bordeaux, sendo depois coordenador regional deste projecto, institucionalizado entre 1988 e 1991. Fundou e foi animador do Centro de Estudos de Banda Desenhada na Casa da Cultura da Juventude de Portalegre que, entre 1978 e 1983, produziu e editou 11 números da revista-fanzine A Nossa Banda, tendo participado nos Festivais Nacionais Juventus (Lisboa, 1979 e 1980). É membro dos corpos directivos do Atelier de Artes Plásticas de Portalegre e foi delegado nesta cidade do Clube Português de Banda Desenhada. Integrou a Direcção do Sindicato dos Professores da Zona Sul. Foi correspondente em Portalegre do extinto jornal Diário Popular. Praticante do audiovisual e do multimédia, conquistou a Medalha de Ouro da Fédération Internationale de l’Art Photografique no Diaporama 87 - 3º Festival Internacional de Portalegre, com a sua obra Azul e Amarelo igual a Verde. Chefiou a Redacção do Fonte Nova - Semanário da região de Portalegre, editou o quinzenário policopiado da Formação em Serviço Porta-Vós (ESEP) e dirigiu a revista Miradouro - Mensário de Portalegre e do Norte Alentejano. Chefiou a Redacção de A Cidade - Revista Cultural de Portalegre (1ª série) e integrou mais tarde o seu Conselho de Redacção, assim como o Secretariado Coordenador de Aprender - Revista da ESE de Portalegre. Entre 1990 e 1997 foi assessor cultural da Câmara Municipal de Portalegre. De 1998 a 2002 integrou a Comissão Municipal de Toponímia de Portalegre. Subscreveu alguns programas regulares nas rádios locais desta cidade: Fonte Nova - Rádio Clube de Portalegre (depois Rádio S. Mamede) e Rádio Portalegre. Entre 1991 e 2003 foi colaborador do Parque Natural da Serra de S. Mamede, onde coordenou e produziu, durante mais de seis anos, o programa semanal de rádio A Cidade e a Serra. Desde 1998 é colaborador da Região de Turismo de S: Mamede, onde coordenou a Comissão Executiva do Festival Anual de Audiovisuais e Multimédia Ambiente - Encontros de Imagem e Som do Norte Alentejano (1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003), seleccionado pela Royal Award Foundation (Agência Europeia do Ambiente) para integrar, com Festivais similares da Alemanha, Eslováquia, República Checa, Rússia e Japão. O ECOmove International, que organizou o Festival ECOmove em Berlim (2001 e 2003) e participou em actividades e intervenções públicas nos domínios comunicacionais e ambientais, nomeadamente na II Cimeira da Terra (Joanesburgo, 2002) e na EXPO de Aichi (Japão, 2005). Dispõe de uma entrada no Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal, de Leonardo de Sá e António Dias de Deus (Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, Amadora, 1999), além de citações e/ou referências em muitas outras obras, revistas e jornais da especialidade. Prefaciou as obras Janelas Indiscretas de Raul Ladeira, em 2001, e o Semeador, de Aurélio Bentes Bravo, em 2007. Em Março de 2004 a Tertúlia BD de Lisboa homenageou-o “pela sua valiosa contribuição à Banda Desenhada Portuguesa”, concedendo-lhe o Diploma de Honra da Instituição. É membro fundador da Associação de Amizade Portalegrense Brasil-Portugal (2004) e de Pés Vagarosos -Associação de Desporto e Lazer do Norte Alentejano (2006). Compilou e apresentou no Instituto Politécnico de Portalegre, em Fevereiro/Março de 2007, a exposição 1976 - 1986 Uma década de bonecos com história…, composta de reproduções de bandas desenhadas, fotomontagens e outras ilustrações da sua autoria, publicadas na imprensa local da época em causa. - OBRAS PUBLICADAS: O Desenho na 5ª Classe (3 edições: 1967, 68 e 69) - Atlântida Editora, Coimbra; Os Trabalhos Manuais na 5ª Classe (1968) - Atlântida Editora, Coimbra; O Desenho na 6ª Classe (1971) - Atlântida Editora, Coimbra; Iniciação à Banda Desenhada e à Linguagem Fílmica na Disciplina de Desenho do Ensino Preparatório - Dissertação para Exame de Estado (1974) - edição de autor, Viseu; Banda Desenhada (1976) - Secretaria de Estado da Orientação Pedagógica, Lisboa; Banda Desenhada e Ensino Básico (1979) - Livraria Novidades Pedagógicas, Lisboa; José Cândido Martinó, Uma Vida Desenhada pela Banda (1999) - Edições Colibri, Lisboa; João de Azevedo Coutinho, Marinheiro e Soldado de Portugal (2002) - Edições Colibri, Lisboa; BD: o Mundo dos Quadradinhos (2006) - em apreciação editorial para eventual publicação.
In: António Martinó de Azevedo Coutinho: Crónicas Lagóias - Um auto-retrato e Outros instantâneos. Portalegre. IPP - Colecção “Largo da Sé”, 2007.
Poderá ainda consultar o blogue “A VOZ PORTALEGRENSE” onde estão alguns trabalhos de A. Martinó sobre os cromos da bola e capas de Banda Desenhada, integrados ambos por uma narrativa que traduz, uma vez mais, um pouco da história de vida de A. Martinó.
Obrigado Martinó pelo companheirismo e amizade.

18 janeiro 2009

REFLEXÃO SOBRE OS ENCONTROS DE ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL













OS PRÓXIMOS ENCONTROS DE ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL




Estamos a entrar no ciclo dos Encontros e/ou Fóruns de Animação existentes no ensino superior em Portugal.
Naturalmente que a proliferação destes Encontros destina-se, por um lado, à criação de dinâmicas internas, isto é, à criação de espaços de reflexão junto dos estudantes, levando-os a contactar com as experiências e práticas e com a reflexão académica mais elaborada e, por outro lado, com o objectivo estratégico de marcação do território formativo, podendo a partir daí cativar-se novos estudantes para as escolas que têm esses cursos. Diga-se em boa verdade que me parece uma boa estratégia.
Todavia, todos eles sem excepção, têm uma dinâmica bastante localizada, incapazes ainda de captarem públicos mais diversificados, quer dizer, mais transdisciplinares, como ainda públicos dispersos pelo território nacional. Isto deve-se sobretudo aos modelos em vigor no que concerne à forma como decorrem esses eventos.
A primeira questão que levanto diz respeito à ausência de produção teórica de relevo produzida em Portugal. Do meu ponto de vista ela deve ter três dimensões: ser académica tout court, ser teórico-prática envolvendo teórico-práticos e prático-teóricos e, finalmente, ser prática tout court. Sabemos que não é fácil publicar em Portugal, mas também constatamos que, pese embora esse condicionalismo, essa produção não existe literalmente. Se olharmos aqui para o lado, na nossa vizinha Espanha, verificamos que publicam em todas estas dimensões, o bom e o mau, literalmente, porque existe produção.
Ao fim de todos estes anos de formação em Animação existentes no país, ainda não é visível uma produção teórica a partir da vivência prática. O número de animadores(as) existentes, dispersos(as) em campos e modalidades diversas de animação, não é ainda sinónimo de uma reflexão prático-teórica capaz de enunciar uma maturidade profissional que se traduza não só pela definição de um perfil profissional, como pela existência dos respectivos estatutos profissionais.
Também não vislumbramos na Academia essa produção. Primeiro porque a grande maioria dos professores destes cursos só tomaram contacto com a realidade da animação através da docência, depois porque a polissemia do conceito de animação leva a algumas confusões semânticas e epistemológicas, não se sabendo, ou não se definindo, quem são os professores de animação, se isto porventura for importante, ao mesmo tempo que não se criam espaços que trabalhem o objecto Animação. Falta no espaço académico a investigação que deverá ser, no meu entender, de investigação-acção.
Voltando de novo aos Encontros. São úteis, são indispensáveis, mas devem permitir que se debata e defina o objecto Animação. Devem intervir nessa reflexão teórica os profissionais que reflectirão sobre as suas práticas, teorizando-as, assim como os académicos, que deverão teorizar estando também mais próximos das práticas.
Finalmente é bom rentabilizar nestes Encontros quem sabe e quem é competente. É altura de se abandonar algum provincianismo fomentador de cultos de personalidade. Na discussão/reflexão devem estar todos em igualdade de circunstâncias.

14 janeiro 2009

COMO COMEÇA O FUNDAMENTALISMO?

Fico espantado com as apreciações que um chefe de uma igreja, neste caso da católica em Portugal, faz em nome do bem-estar das mulheres. Por suposto, das mulheres católicas. O cardeal patriarca de Lisboa sugeriu às mulheres portuguesas para evitarem o casamento com muçulmanos, uma vez que a experiência lhes poderá trazer alguns dissabores ou riscos.
Como é que um homem com responsabilidades teológicas importantes, indutoras de atitudes e de comportamentos, pode tomar posições desta natureza num quadro internacional de clivagens religiosas e civilizacionais.
Afinal a Igreja Católica fala ou não de Universalidade?

Como é que a Igreja Católica, promovendo este valor e esta cultura, emite através do cardeal patriarca de Lisboa uma posição conducente a rupturas, em solo português, onde felizmente a convivialidade e o respeito pela diferença religiosa não é um problema. Porventura, jamais o será.

Como é que um responsável da Igreja católica, supostamente com uma cultura humanista profunda, se arrisca a atiçar achas numa fogueira que todos nós desejaríamos ver apagada.

Generalizar? Fundamentalismos existem, infelizmente, mas em sociedades que estão ainda próximas da barbárie.

Embora não praticante sou, todavia, um católico que não se revê neste discurso. Lamento que tenha sido emitido e, sobretudo, por quem foi. Alguém por quem eu tinha admiração.

12 janeiro 2009

UM VALOR IMPAGÁVEL: A SAÚDE

PODEMOS PENSAR QUE O PIOR JÁ PASSOU.
O PERCURSO DAS DOENÇAS COMPLICADAS NO SEIO FAMILIAR VAI FICANDO MAIS SUAVE.
ACREDITÁMOS NA CIÊNCIA E NA MEDICINA E, NATURALMENTE, NOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE.
A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA DE HOJE PODE LEVAR-NOS DE NOVO À TRANQUILIDADE.
UMA CERTEZA TEMOS HOJE. ESTAMOS MUITO MAIS PRÓXIMOS NÃO SÓ PELO AMOR.
TAMBÉM PELA SOLIDARIEDADE.

07 janeiro 2009

TESTEMUNHO À TÉTÉ - MULHER PALHAÇO


Maria Teresa Madeira Ricou, artista de circo, pantomine, musical e fazedora do impossível, agitadora de personagens, inventora de sítios e projectos, com talentos e muita determinação... Frontal e directa, ela abraça o sonho de construir, de inventar de participar, de estar lá, nas revoluções e nas injustiças sociais nas violências em que gentes pequenas e grandes são maltratadas.

In: Clube UNESCO de Educação Artística
http://www.clubeunescoedart.pt/consultores/teresar.php

Conheci a Teresa Ricou no ano lectivo 73/74 do século passado quando iniciava os meus estudos em Teatro na Escola Superior de Teatro do Conservatório Nacional. Não porque fossemos colegas. Teresa Ricou, muito antes, já viajava pela Europa, e pelo mundo, frequentando escolas de palhaços em busca da formação que lhe permitiria, no futuro, definir a personagem romântica de mulher-palhaço que criou e como é conhecida. Tété. Conhecia-a porque frequentava a sua casa através do seu irmão Sebastião, ele sim meu colega de Conservatório.
Tété é conhecida internacionalmente por ser a 1ª mulher-palhaço não só em Portugal mas também na Europa.

Pouco ou quase nada contactámos ao longo destes últimos 30 anos. Fui sabendo de si pela sua dedicação ao Circo. Ainda nos finais da década de 70 e inícios da década de 80 acompanhei a sua luta onde se assumia como uma acérrima defensora, em Portugal, do Circo popular e do Circo familiar.

Pertenceu à Direcção Geral de Acção Cultural do Ministério da Comunicação Social como responsável pelo sector do Circo. Creio que, desta sua passagem pelo poder, o Circo foi assumido como uma arte nobre, de tal forma que os seus protagonistas deixaram de ser vistos como nómadas para passarem a ser vistos como artistas em itinerância. Valorizou a formação profissional, a educação das crianças e até mesmo a criação de uma aldeia do circo onde no Inverno todos estes artistas se acomodavam e instalavam as suas casas-atrelados vivendo com dignidade.
Fui sabendo, ficámos todos a saber, que fundou o Chapitô ali para a Costa do Castelo. Lisboa ficou mais nobre porque, finalmente, já tinha uma Escola de Circo, cujo corolário tinha sido o de resgatar a dignidade perdida dos artistas de circo em Portugal.
Este projecto, O Chapitô, tinha naturalmente a marca da generosidade e da solidariedade da Tété, por isso é transversal a uma série de valências que configuram uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONG) e uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com estatuto de Superior Interesse Social e Manifesto Interesse Cultural.

O Chapitô tem como matriz a intervenção e integração social através das artes, onde mantém uma relação contínua de enriquecimento mútuo com a sociedade e a cultura.

Foi a solidariedade e a dedicação da Teresa Ricou, da Tété, que levou a que se elaborasse, pela primeira vez em Portugal, um projecto com uma visão social e artística, tão profundo e extenso, guiado pelos valores da solidariedade e de equidade, e onde a arte desempenha um papel fundamental na valorização pessoal, na educação integrada e na socialização.

Obrigado Teresa Ricou por nos dares esta lição de generosidade.

Obrigado Tété por seres tão solidária.

PS: Aproveitem para verem a última criação teatral da Companhia de Teatro do Chapitô. “A Tempestade” de William Shakespeare, em cena entre 08 de Janeiro e 01 de Março.

06 janeiro 2009

Onde está a ética?

Eu acho piada…

Tantos salamaleques e votos de paz e harmonia.

Tantos projectos por um mundo melhor mas antecedidos pelos ódios, pelo repúdio, pela vingança e pela hipocrisia.

Afinal, querem ou não querem um ano novo feliz e de paz?

Porque teimam em fazer destilar todos esses conteúdos contrários à mensagem que no fim apregoam?

Para mostrarem que são críticos? Que escrevem bem? Ou que afinal são os arautos da ética e da moral?

Assim, com conhecidos destes, prefiro os desconhecidos…

02 janeiro 2009

LOUVOR DO NOVO

Os começos são sempre belos. Mesmo sendo apenas um acidente de calendário, acendem outra vez, por um momento, a trémula chama da esperança. A esperança tem má fama. Rafael Alberti chama-a de “puta”; e, nos idos de 60, Geraldo Vandré cantava que “esperar não é saber,/quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. É verdade que a esperança desvia os homens da acção, mas eu acho que sem esperança nenhuma acção tem sentido. Antigamente, nas passagens de ano deitavam-se os trastes velhos fora, simbolizando o desejo de ruptura e de recomeço, e a ideia de recomeço é estruturante de todos os grandes sonhos mobilizadores, incluindo o cristianismo. O ano que hoje começa não será diverso, senão para pior, do anterior, mas, “pálido e setemesinho”, é Novo e, por um dia, chega. Porque o novo é, como diz João Cabral de Melo e Neto, “belo como um sim/numa sala negativa”, uma insegura porta “abrindo-se em mais saídas”. Belo como “a coisa nova/na prateleira então vazia”, ou “como o caderno novo/quando a gente o principia”, mesmo se não fazemos a mínima ideia, e justamente por isso, do que será escrito nele.

Manuel António Pina “Por outras palavras” in: Jornal de Notícias, 01 de Janeiro de 2009.