20 setembro 2011

GRUPO DE BAILADO DE ANNA MÁSCOLO

Em Dezembro de 1970 dançávamos no Teatro Maria Matos um reportório muito próprio da época natalícia. Coube-me a mim e à Maria Palmeirim dançarmos um pas-de-deux do bailado (suite) Ma Mère L' Oye de Maurice Ravel.
Nos ensaios finais, perto da estreia, estava no exército, quase pronto a partir para a Guiné, o que veio a acontecer a 11 de fevereiro seguinte, eu não estava presente ainda no estúdio para o ensaio, haveria de chegar atrasado do quartel de Leiria. D. Anna, mesmo assim, quis fazer um ensaio quase seguido, passando a minha parte, sabendo que, quando eu chegasse, o meu quadro seria particularmente trabalhado.
Decorria então o ensaio e, ao contrário do que estava previsto, cheguei um pouco mais cedo, o que me permitiu pensar que, colocando a máscara do monstro, mesmo sem me equipar, na altura certa o ensaio não seria interrompido. Também queria fazer uma surpresa à D. Anna, portanto, ela não sabia que eu já estava no estúdio.
Espero pela minha entrada, o momento musical do pas-de-deux que, em princípio, iria ser interrompido supostamente pela minha ausência. Eis que chega o momento, irrompo pela sala a dentro, de botas grossas da tropa, fardado e de máscara, disposto a fazer um brilharete, isto é, não contribuir para a interrupção do ensaio. Mas foi pior a emenda que o soneto. Todo o Estúdio entra num riso contagiante, o que impossibilitou qualquer continuação do ensaio. Afinal, mesmo comigo na sala de ensaios, ao contrário do que eu imaginara, o ensaio foi, na mesma, interrompido.

09 setembro 2011

Para quando uma homenagem ao actor Sinde Filipe?

PARA QUANDO UMA JUSTA HOMENAGEM A UM DOS MELHORES ACTORES PORTUGUESES DA SUA GERAÇÃO: ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO DO IPLISBOA; ESCOLA DE ARTES DO ESPECTÁCULO DO IPPORTO (ATRIBUIÇÃO DE UM TÍTULO EMÉRITO); UNIVERSIDADES COM CURSOS DE FORMAÇÃO ARTÍSTICA (COIMBRA, LISBOA, PORTO, ALGARVE, ETC.), (ATRIBUIÇÃO DE DOUTORAMENTO HONORIS CAUSA).



José Sinde Filipe (n. Coja, 17 de Maio de 1937) é um actor português. Estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, abandonou os estudos em prol do teatro. Iniciou-se no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, que ajudou a fundar, e estreou-se profissionalmente no Teatro Experimental do Porto, sob a direcção de António Pedro. Na mesma companhia interpretou sobretudo autores portugueses, como Raúl Brandão, Bernardo Santareno e Miguel Torga. Graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian estabeleceu-se França, onde estudou Encenação no Centre Dramatique de L' Est. Foi ainda aluno de Marcel Marceau, Jacques Lecoq e René Simon. Daí foi para o Brasil, em 1962, onde dirigiu, entre outras, a peça de Bertolt Brecht, As Visões de Simone Marchad, no Teatro da Bela Vista (em São Paulo). Regressou a Lisboa para ingressar na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II. É dispensado por causa de um incêndio que deflagrou, enquanto ensaiva uma peça. Entretanto encena e interpreta duas peças proibidas pela censura, Sob Vigilância de Jean Genet e A Oração de Fernando Arrabal. Regressa novamente à companhia de Amélia Rey Colaço, permanecendo no elenco fixo, onde representa peças de Calderón de la Barca, Durrenmatt, Pirandello ou Harold Pinter. Passou depois pelas companhias residentes do Teatro São Luiz, Teatro Maria Matos, Teatro Villaret, A Barraca e Companhia de Laura Alves.
No cinema é de salientar a colaboração com António de Macedo que o fez estrear em Sete Balas para Selma (1976). Trabalhou depois com Joaquim Leitão, José Sá Caetano, Vítor Gonçalves ou José Fonseca e Costa, para além de várias co-produções internacionais. Assinou também a realização de algumas curtas metragens, como O Piano (1973), O Leproso (1975), A Cama (1975) e A Igreja Profanada (1976).
Nos últimos anos, Sinde Filipe tornou-se conhecido do grande público ao participar em várias novelas e séries televisivas (2006 - Fala-me de Amor, 2005 - Ninguém como Tu, 2003 - Queridas Feras, 2002 - Amanhecer e O Olhar da Serpente, 2001 - Olhos de Água, 2000 - Ajuste de Contas, 1999 - A Lenda da Garça, 1998 - Os Lobos, 2010 - Laços de Sangue). A nível de séries, participou em duas das maiores produções da RTP1: Regresso a Sizalinda, e em Pai à Força.
Recitador de poesia, tem uma discografia com a poesia de Fernando Pessoa.
É pai do músico e musicólogo Laurent Filipe.


In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinde_Filipe