20 maio 2012

ANNA MASCOLO - DOUTORAMENTO HONORIS CAUSA PELA UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

ANNA MASCOLO - GRANDE SENHORA DA DANÇA EM PORTUGAL

(Entrevista cedida ao Jornal Público de hoje, domingo 20 de maio de 2012)




12 maio 2012

ANJOS DE BRANCO, ANJOS DE VIDA - DIA INTERNACIONAL DOS ENFERMEIROS

ANJOS DE BRANCO, ANJOS DE VIDA

A saída do bloco faz-se após uma intervenção cirúrgica não muito complicada, mas suficiente para ser administrada uma anestesia geral. Os seus efeitos começam a passar, e nessa passagem ténue entre o inconsciente e o consciente, vislumbramos, em movimento e em palavras de afecto, uns anjos brancos que nos circundam, parece-nos, em passos celestiais, seja o que isso for. Por momentos não temos a certeza de estarmos a voltar à vida ou, porventura, se entramos numa outra dimensão que continua a ser inexplicável mesmo para aqueles que chegam perto da morte e que regressam.
Mesmo que o romantismo inglês, na época vitoriana, tenha criado um mito, a partir da missão encetada por Florence Nightingale, sobre o papel da(o) enfermeira(o), considerando-a(o) um anjo da guarda à cabeceira do doente, a verdade é que elas(es) são anjos brancos que nos acompanham para além do limiar das nossas resistências.
Para além do ambulatório, quem tem a experiência de internamento hospitalar, percebe que não são palavras vãs. Há muito na função e no exercício do acto de enfermagem: consciência do exercício de uma missão e amor ao próximo.
Obrigado meus(as), nossos (as) protectores(as) por estarem sempre em vigília ao nosso bem-estar.

07 maio 2012

ENCONTRO DE AFECTOS? OU ENCONTRO DE MEMÓRIAS?

Trinta e nove anos após a chegada do meu Batalhão, Caçadores 3832 vindo da Guiné e da Guerra Colonial, cumpre-se o ritual do encontro anual. O pretexto é sempre o almoço e o convívio, mas também tem sido o partilhar a felicidade em família e o sucesso profissional. Sabemos que estas dimensões são sempre diferentes entre os seres humanos e muito mais quando os traumas vividos acompanham eternamente muitos dos homens que fizeram a guerra. A Colonial ou outra qualquer.
Iniciei já muito tarde, creio que vinte anos depois do regresso, o contacto com os meus camaradas, mas foi o suficiente para perceber que todos aqueles pretextos eram afinal secundários. O que prevalecia eram os afectos e as memórias.
No último Encontro, realizado no sábado passado na Curia, festejávamos o 39º ano após o nosso regresso. Percebi que os afectos estavam presentes mas que as memórias, essas, têm-se diluído no tempo. Nomes, datas, pormenores do que foi vivido vão sendo apagados pelo tempo e por outras memórias, porventura mais violentas porque mais recentes.
Vamos envelhecendo, observando em cada um a mancha branca dos cabelos, as rugas a aprofundarem-se nas faces, ao mesmo tempo que, inconscientemente, vamos elaborando a narrativa da nossa decadência humana, afinal do nosso envelhecimento.
Alguns não tiveram a oportunidade de envelhecer. Ficaram lá e cá! Pelo caminho da saudade.