27 junho 2010

mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia...

“Desprendeu-se a vontade de Baltazar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda.”
“(…) mas a imagem que se fixa e arrefece os olhos é a cabeça descaída de um touro, a boca aberta, a língua grossa pendendo, que já não ceifará, áspera, a erva dos campos, ou só os pastos de fumo do outro mundo dos touros, como haveremos de saber se inferno ou paraíso.”
“Nada disto surpreendia Caim. O que para ele foi novidade absoluta, e por isso aqui fica pontual registo, foi a repartição dos despojos, da qual consideramos indispensável deixar notícia para conhecimento dos costumes do tempo, pedindo de antemão desculpa ao leitor pelos excessos de uma minúcia de que não somos responsáveis.”
“Quanto aos temíveis insensibilizadores magnéticos, não se vê por aqui, entre a diversa aparelhagem, nada que sugira uma tão decisiva função, o que, pensando melhor, poderia apenas significar que os insensibilizadores magnéticos não têm, propositada e justamente, o aspecto de insensibilizador magnético.”
“Quem venha seguindo com suficiente atenção este relato, terá já estranhado que depois do divertido episódio da patada que Salomão aplicou ao padre da aldeia não tenha havido referência a outros encontros com os habitantes destas terras. Como se viéssemos atravessando um deserto e não um país europeu civilizado que, ainda por cima, como nem a mocidade das escolas ignora, deu novos mundos ao mundo.”
“A Fundação é um espelho em que nos contemplamos os dois, mas a mão que o sustém, a mão firme que o sustém, é a de Pilar. (…) Já lhe devi a vida uma vez, agora é a vida da Fundação que ela deverá proteger e defender.
Quem escreve desta forma e com este sentido é alguém genial. O seu patamar é o dos deuses do Olimpo, lugar onde se observa e lamenta a mesquinhez do Homem. Poucos, entre nós, são seres superiores e, por isso, perseguidos, difamados e queimados na eterna fogueira inquisidora.
Obrigado José Saramago por me teres permitido partilhar o teu mundo e a tua reflexão sobre Deus e o Homem.

20 junho 2010

JÁ NÃO É SÓ O DIREITO À INDIGNAÇÃO…

Já não é só o direito à indignação. De facto surge a vontade de denunciar a incompetência.
A população de Fortios, no concelho de Portalegre, está definitivamente farta e, por isso, diz BASTA!
Não quer passar outro Verão com poeiras vindas das ruas a entranhar-se pelas casas, pelos móveis, pelas roupas; não quer continuar a aumentar despesas em pinturas, interiores e exteriores, dos seus imóveis.
Não quer passar outro Inverno com autênticas crateras nas ruas da freguesia, provocadas pelo arrastamento de areias colocadas durante o Verão para as esconder; não quer continuar as despesas de estragos reflectidos nas suas viaturas, desde suspensões partidas a pneus rasgados.
Não quer passar outro ano com os muros das suas casas esburacados, à espera que concluam as obras das torneiras de segurança da água.
Fez em 25 de Abril de 2010 um ano que os buracos nas ruas de Fortios são longitudinais, acompanham todo o percurso das ruas e são transversais, acompanham aquilo que foi a reconstrução dos ramais de água para cada uma das casas dessas mesmas ruas.
A população de Fortios, no concelho de Portalegre, está farta de se sentir útil à Autarquia de Portalegre apenas nos seus deveres, nomeadamente no pagamento dos seus impostos. Os direitos na qualidade de vida não existem na freguesia mais populacional do concelho. Em coisas tão simples como uma Casa de Cultura ou uma piscina por exemplo.
A população de Fortios critica fortemente a Autarquia, mas também a Junta de Freguesia que não tem encontrado motivação para exigir e reivindicar o bem-estar dos seus concidadãos através de posições públicas.
A população de Fortios pergunta-se porque é que a Câmara tem desenvolvido obras na cidade e noutras freguesias e tem ignorado literalmente esta freguesia.
Por isso exige, a estes órgãos do poder local, à luz dos seus direitos mais elementares, melhoramento da qualidade de vida e mais atenção sobre as populações, que estas obras tenham início o mais breve possível sob pena de a luta tomar outras proporções, nomeadamente nos órgãos de comunicação social nacionais ou, mesmo, manifestações junto ao edifício da Câmara Municipal de Portalegre e abaixo-assinados.
A minha condição de bloguista permite-me solicitar a solidariedade dos blogues do concelho e do distrito no sentido de editarem nos seus blogues esta mensagem. Obrigado.

03 junho 2010

eventos e ventos que passam (2)


eventos e ventos que passam (1)