29 abril 2010

DIA MUNDIAL DA DANÇA













Festejar o Dia Mundial da Dança é, para mim, celebrar algumas das minhas memórias: de estéticas apuradas, de corpos perfeitos, de juventudes encontradas. Do encontro com o meu corpo projectei em mim a esperança de que a dança seria sempre a minha realização. E foi. Até que a guerra colonial não me dispensou e eu fui incapaz de dizer não. No percurso lembro-me de Anna Máscolo, Tomás de Ribas, Águeda Sena, Wanda Ribeiro da Silva, Albino Morais, Armando Jorge, Maria José Palmeirim, Palmira Camargo, Margarida Ávila de Melo e muitos outros que trago na memória num movimento perpétuo. Mas também das minhas alunas e alunos que durante anos ensinei em Évora no meu Estúdio. VIVA A DANÇA, VIVA A ARTE.

27 abril 2010

conferência de senadores

25 abril 2010

Abril será sempre novo

As portas que Abril abriu
Que o Ary nos recordava
Estão sem cor e sem brio
Que quase o vento as levava

A trova do vento que passa
Por Viana ou Portalegre
Só os incautos embaraça
Por terem dúvidas de Alegre

25 de Abril Sempre é povo
De garra e de emoção
Abri será sempre novo
Se não esquecermos o coração

22 abril 2010

produção teórica sobre animação sociocultural






Que enorme trabalho têm andado a fazer os meus colegas e amigos Marcelino Lopes e Américo Peres no âmbito da publicação teórica sobre Animação Sociocultural. Para além das preocupações científicas que o seu estatuto académico exige, subsiste também um enorme espírito de empreendedores, quer pela quantidade e qualidade dos encontros nacionais e internacionais que organizam, quer pela publicação dos produtos desses eventos em Editora própria.

Faço apelo para que aproveitemos esta oportunidade de adquirir livros sobre ASC que tão raros vão sendo no panorama editorial português.

Parabéns amigos e colegas Marcelino e Américo.

19 abril 2010

a democratização cultural

Continuo a pensar que a(s) política(s) cultural(ais) das Autarquias não se podem esgotar na divulgação cultural, mesmo pensando que, com essa estratégia, estarão no caminho da democratização cultural e, como consequência, se estão a criar condições de igual oportunidade de acesso à Cultura, na fruição e na criação cultural.
A democratização cultural tem, naturalmente, a dimensão da divulgação cultural, que constitui uma oportunidade de acesso à fruição por parte das comunidades, mas tem também e, fundamentalmente, a dimensão da criação cultural. É com a junção destas duas componentes que poderemos falar de públicos de cultura.
Contamos pelos dedos o número de Autarquias que têm tido, e continuam a ter, esta preocupação, isto é, a de criar condições para que os seus munícipes, todos sem excepção, sejam também criadores de cultura.
Fico admirado quando alguém se refere a Portalegre como concelho privilegiado em matéria cultural e em práticas culturais. É um exagero claro. Fala-se muito, como se a Cultura se esgotasse no CAEP e como se os objectos culturais fossem só aqueles mais recorrentes e para públicos mais restritos. Não tenho memória de que alguma vez, alguém ou alguma força política, tenha avançado noutra direcção. O que tenho visto desde sempre é uma estratégia de divulgação de objectos culturais, umas vezes com melhor ou pior qualidade, e que fazem parte de uma estratégia de mediatização política.
Como é que se pode falar de democratização cultural se:
- na maioria das freguesias do concelho de Portalegre não existem espaços de socialização, de criação e de produção cultural;
- não se rentabilizam, nem se rentabilizaram, os técnicos que têm formação para o trabalho na formação de públicos e de actores da Cultura (hábitos e práticas culturais); afinal há muito trabalho para se fazer no âmbito dos bairros e das freguesias do concelho;
- não se rentabiliza, nem rentabilizou nunca, a ideia de contrapartidas face à atribuição de subsídios aos agentes culturais. Alterar a ideia de subsídio e partir para o conceito de financiamento de projectos culturais com contrapartidas bem claras. Estas poderiam assentar na obrigatoriedade de uma maior intervenção local quer ao nível da animação, quer ao nível da formação.
Como é que se pode falar de democratização cultural se a afirmação da Cultura em Portalegre, e na maioria dos concelhos em Portugal, passa por projectar e impor gostos e estéticas distantes de vivências, experiências e hábitos das comunidades. Continua a ignorar-se que se vive hoje a realidade da multiculturalidade e que é importante para a coesão social dos locais, das regiões e do país a afirmação de práticas interculturais.
Só poderemos falar da democratização da cultura quando a Cultura for para todos e quando todos, sem excepção, tiverem oportunidades, espaços, formação e educação cultural. Quando todos, confrontados com os objectos culturais, tenham um sentido e gosto estético que lhes permitam tornar-se pessoas críticas, interventivas, inovadoras, criativas.
Isto é um processo. Trinta e seis anos depois da conquista da liberdade, em 25 de Abril de 1974, deveríamos ter avançado mais. Não fomos capazes colectivamente. Pensámos sempre muito individualmente. É imperativo o surgimento de uma nova prática associativa que, retomando o sentido das práticas comunitárias, inove os processos de socialização, ligando a arte à vida, a cultura ao progresso e os valores à humanidade da pessoa, dos grupos e da diversidade.
Aqui a responsabilidade é de todos sem excepção.

09 abril 2010

congresso nacional de animação sociocultural

COMUNICADO DE IMPRENSA

CONGRESSO NACIONAL DE ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL


A APDASC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sociocultural vai realizar o I Congresso Nacional de Animação Sociocultural - "Profissão e Profissionalização dos/as Animadores/as",nos dias 18, 19 e 20 de Novembro de 2010, no Centro Cultural e de Congressos da cidade de Aveiro. O conteúdo do Congresso será sustentado por um Ciclo de Debates subordinados ao tema do Congresso que irão acontecer um pouco por todo o território nacional entre Março e Junho de 2010. Importa debater o Estatuto e Carreira dos/as Animadores/as Socioculturais, o Código de Ética e Deontologia da Animação Sociocultural, e a Formação em Animação Sociocultural.
A APDASC enquanto entidade organizadora deste grande evento e respectivo Ciclo de Debates, pretende que 2010 seja um ano em grande para a Animação Sociocultural em Portugal. Um ano marcado pela reflexão, debate e investigação das questões que realmente preocupam os/as profissionais desta área há muitos anos e que se quer ver resolvidas, ou pelo menos solucionadas em parte.
Mais informações podem ser encontradas no website oficial do evento em http://congressonacional2010.com.
Vila de Cucujães, 08 de Abril de 2010

05 abril 2010

A propósito do Ciclo de Conferências de Senadores



Este Ciclo de Conferências, que está a ser realizado em Portalegre, foi um projecto por mim pensado e apresentado ao Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre que, em boa hora o aceitou, integrando-o no Centenário da República.
O conceito de Senadores que fundamenta este Ciclo de Conferências gira em torno da experiência, da idade e da projecção pública das personalidades que o constituem. Trata-se portanto de personalidades que configuram um caminho de mundividências, traduzidas hoje por um discurso universal. Este foi o princípio.
Na semana passada em Évora, onde me desloquei para participar na homenagem a Mário Barradas, fui literalmente confrontado por alguém que pensava ser meu amigo, com uma forte e contundente crítica aos nomes das personalidades que constituem este Ciclo de Conferências.
Criticava-me essa pessoa, a mim e a o IPP, o facto de trazermos, hoje, para o debate público, pessoas que estão, no seu entender, há muitos anos comprometidas com o estado a que o país chegou.
Argumentei, discordando naturalmente, referindo que algumas destas personalidades fizeram História, como sabemos, e que seria interessante ouvi-las, hoje, num patamar em que todos evoluímos e que, à distância de algumas décadas, a sua análise crítica sobre o país e o mundo seria um espaço interessante de reflexão colectiva.
O bom do meu amigo continuava com a sua discordância e intolerância, revelando um sectarismo absolutamente ultrapassado. Dizia mesmo que não esperava este compromisso da minha parte.
A minha reacção foi a de dizer, apenas, que sempre fui um homem livre.

01 abril 2010

Associação JANUS - Projecto Cultural
Quando a revista “Plátano” foi criada gerou-se à sua volta um movimento que, passo a passo, foi reunindo pessoas com diversos perfis, diferentes bases culturais e de dispares locais de origem que, ao realizaram um projecto de relevo, “A comemoração dos oitenta anos do Padre Patrão” se foram dando a conhecer uns aos outros e cimentando a sua amizade.
As saudáveis e divertidas refeições que em comum foram fazendo, propícias à troca de ideias e ideais, deram origem à JANUS - Associação Cultural.
Porquê JANUS?
Porque a Associação quer ser uma porta em que de um lado está o Passado e no outro o Futuro. Uma porta que se abre para o Futuro. O Futuro de uma Cidade, de um Concelho, de uma Região. Afinal uma porta que permita vislumbrar um caminho de cultura, de civilidade, de intervenção cívica e de apaziguamento. Quem, mitologicamente, guarda essa porta é JANUS, o porteiro celeste, deus romano. JANUS é simbolicamente representado por duas cabeças unidas pelas nucas, daí o nosso logotipo.
A JANUS pretende dar início a uma intervenção cívica e cultural, aberta e diferente, intervindo de forma apaziguadora, demonstrativa da capacidade que a comunidade portalegrense pode ter para criar e construir uma cidade branca e moderna, capaz de olhar o futuro e o presente com esperança e dinâmica.
Não queremos querelas nem polémicas, antes pretendemos provocar o conhecimento dos cidadãos de Portalegre entre si, criando interacções produtivas e fomentando desenvolvimento social, cultural e económico.
Pelo facto de a Sociedade Civil de Portalegre não ter um Fórum de debate onde se possa manifestar, dizer o que pensa do Presente para construir o Futuro e, sem se querer substituir às principais Instituições locais, a JANUS quer ser mais um elemento contributivo para estudar e preparar o Futuro colectivo.
Ao constituir-se formalmente como «Associação JANUS - Projecto Cultural» pretende, neste seu primeiro momento público, publicitar as suas três primeiras iniciativas, consubstanciadas em jantares coloquiais.
Para estes jantares que estamos a organizar e que terão lugar no Restaurante “TAPAS” serão convidadas, para palestrar, pessoas activas, com poder de intervenção social, real e actuante. Para com elas conviver e estabelecer diálogo estarão membros da nossa sociedade que não pertencem, nem ao seu grupo de trabalho nem às suas relações do dia-a-dia. Só assim o interventor poderá conhecer e ser conhecido por mais gente e, consequentemente, estabelecerem-se novas dinâmicas e pontes de entendimento e de criação de riqueza intelectual, tão necessárias ao desenvolvimento cultural e social.
O primeiro, a 15 de Abril, terá como orador o Bispo da Diocese. Seguir-se-á um segundo, a 1 de Junho, com o Presidente da Câmara Municipal de Portalegre. O terceiro, após as férias grandes, com o Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre.
Acreditamos que vamos conseguir dar corpo a outro tipo de iniciativas, mas todas elas, sempre, no âmbito da Social Civil à qual pertencemos.
Portalegre, 31 de Março de 2010

Américo Agostinho
Avelino Bento
Carlos Juzarte Rôlo
Fernando Correia Pina
José Manuel Polainas
Mário Casa Nova Martins