22 março 2010

ESTATUTOS DOS ANIMADORES SOCIOCULTURAIS - está aberta a discussão nacional

Na sequência de muita indecisão na urgência da discussão sobre os Estatutos do Animador Sociocultural, finalmente o processo foi iniciado pela APDASC, única representante desta classe profissional. Reforço o sentido de única já que, no meu entender, deveriam existir mais organizações de classe que poderiam consubstanciar uma ideia de Federação, cujo peso e legitimidade para a reivindicação seria seguramente mais eficaz.
Muito embora alguns docentes do ensino superior tenham sido convidados para participarem nestas discussões promovidas pela APDASC a nível nacional, creio que a Escola Superior de Educação de Portalegre é, neste momento, a única instituição do ensino superior público, que faz formação de animadores socioculturais, a organizar um Encontro que problematiza, exclusivamente, as questões da profissão e dos Estatutos dos ASC e de onde sairão conclusões que apresentará ao grupo nacional liderado pela APDASC, que elaborará os Estatutos a serem aprovados no Congresso Nacional em Novembro em Aveiro.
Não esqueço, naturalmente, toda a discussão histórica deste processo, relembrando as primeiras propostas de Estatutos criadas pela APAC, liderada pelo Francisco Albuquerque na década de setenta e pela ANASC sobre a liderança de Marcelino Lopes. São modelos que nos servirão de inspiração para a criação de um novíssimo documento que responda às necessidades da Animação Sociocultural e do Animador Sociocultural do Séc. XXI.
Nas minhas deslocações nacionais, a fóruns onde se discutem estas problemáticas, tenho-me apercebido de alguma dificuldade na gestão da discussão sobre os perfis, funções e competências do ASC, assim como na dificuldade da definição das várias categorias profissionais a incluir nos Estatutos, nomeadamente, quando falamos de formação técnico-profissional em ASC e de formação superior em ASC. Os próprios profissionais, de ambos os níveis de formação, têm alguma dificuldade em identificar, estratificando-os, os perfis, funções e competências para o exercício da profissão. Existe uma amálgama conceptual que é urgente redefinir. É um trabalho que está a ser feito com alguma sensibilidade e inteligência pelos líderes do processo apoiados na discussão pública pelos profissionais e pelos formadores dos dois níveis de ensino.
Congratulo-me com o desenvolvimento deste processo. Agradeço ao Carlos Costa, ao Albino Viveiros e à Direcção da APDASC a forma simpática com que me receberam em Aveiro e Madeira nestes dois últimos fins-de-semana.

PS. Não esqueci ontem o Dia Mundial da Poesia. Mas o cansaço que venho a acusar nestas últimas semanas, que se vai notando pela irregularidade com que escrevo neste blogue, provocado pelo excesso de trabalho em várias frentes, as viagens e o pânico de viajar de avião, não me permitiram associar à efeméride aqui no blogue. Faço-o hoje apelando a que comprem, leiam, escrevam e digam POESIA.