25 maio 2009

pensar a solidariedade

"O Sol não espera que lhe supliquem derramar a sua luz e o seu calor. Imita-o e faze o bem que puderes, sem aguardar que te implorem"
(Epicteto)*
Há muitas coisas importantes neste momento que merecem uma profunda preocupação quer na nossa vida pessoal, quer ainda na nossa vida colectiva. A forma de contribuirmos para uma maior serenidade e para um profícuo entendimento sobre o que queremos para o país e para nós, é fazermos um esforço individual e colectivo a partir dos valores da solidariedade. É importante lutarmos por uma justiça equilibrada que permita fazer face às dificuldades do país, das famílias e das organizações. É verdade que alguns se aproveitam da situação para usufruírem daquilo que é de todos. Mas também quase todos temos a consciência que os direitos, a liberdade e a democracia serão defensáveis e sem limite.
Há muito desemprego, aumenta o número de desfavorecidos e de injustiças, mas também existe determinação e coragem. Temos de nos organizar em redor de valores que identificam a nossa cultura, aberta à coexistência pacífica com outras, colocando-nos disponíveis e motivados para reencontramos a paz e a capacidade colectiva de darmos a volta por cima e reencontrarmos o rumo do sucesso e do desenvolvimento.
Ultimamente, para além dos cidadãos anónimos que vão partindo deste mundo, alguns dos quais cada um de nós conheceu, quer pela relação familiar, de amizade ou de vizinhança, outros houve, que partiram também, mas menos anónimos. Conhecidos na sua maioria pelo seu trabalho em prol dos outros. Também pela sua coragem, determinação e solidariedade. Tenho feito eco, neste blogue, da partida de algumas dessas pessoas com as quais tive o privilégio de me cruzar na vida. Todas estas pessoas, as boas pessoas, felizmente a grande maioria, anónimas e conhecidas, apesar da minha idade, continuam a ser um exemplo que quero seguir.
Mas a realidade do mundo perdura e são as pessoas que ficam, no fundo todos nós que percorremos o caminho da existência, aquelas em quem temos de depositar a nossa esperança e as nossas expectativas por uma sociedade mais humana. Por isso cabe a cada um de nós, não importam condição, formação ou cultura, desbravar, como diz o Zeca Afonso “os caminhos do pão”. Pela minha parte, para além da preocupação, vou tentando socializar-me, escutando, reflectindo, intervindo e sonhando. “sempre que o Homem sonha o mundo pula e avança” acrescentaria António Gedeão.