18 dezembro 2008

UM FUZILEIRO NO SERTÃO












Ontem, no Museu da Marinha em Lisboa, no majestoso Pavilhão das Galeotas, foi apresentado o livro “Um Fuzileiro no Sertão” de autoria do Comandante Carlos Juzarte Rolo, com a chancela da Comissão Cultural da Marinha. A apresentação foi feita pelo Prof. António Ventura.

Estiveram presentes muitas pessoas, entre amigos pessoais de Carlos Rolo e antigos camaradas da Marinha, alguns dos quais, hoje, almirantes e Contra-Almirantes.

O livro narra-nos, na 1ª pessoa, a aventura de Teotónio Juzarte, fuzileiro da Armada Portuguesa ao serviço do Rei D. José I.

O meu amigo Carlos Rolo apropriando-se do discurso do cronista presente nas aventuras deste fuzileiro, narra-nos numa escrita ligeira e poética, de alguém que conhece bem os segredos do mar, o percurso deste marinheiro de Monforte, entre as entradas e saídas pela barra de Lisboa onde, numa das vezes, se confronta com o cenário dantesco do terramoto de 1755.

Mas a grande aventura e importância deste marinheiro está reservada de facto para uma estratégia real, de aprofundamento militar e desbravamento do território, em pleno sertão brasileiro.

Curiosamente e porque habito em Fortios há mais de 20 anos, fica-me também a satisfação de saber, num pequeno apontamento do livro, um pouco mais da história desta antiquíssima povoação distante de Portalegre 8Km. A Participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos iniciada em 1762, fica conhecida pela Guerra Fantástica, onde Teotónio Juzarte também esteve envolvido. Entre a tentativa de várias invasões, Fortios foi um baluarte de defesa da cidade de Portalegre.

A apresentação desta obra, para além do significado histórico que o livro veicula, sobretudo para a Armada Portuguesa e para os Fuzileiros em particular, acentua também a dimensão humana do Carlos Rolo, traduzida pela presença de dezenas de amigos(as).

Gostaria de referir algo que traduz, ainda, a existência de valores e de afectos profundos e que me emocionou bastante. Carlos Rolo na sua breve alocução dirigiu-se, no início e no final da mesma, aos presentes no evento por esta ordem: Mãe, Senhores Almirantes, Minhas Senhoras e Meus Senhores.

Meu amigo parabéns e obrigado por este grande trabalho de investigação e pela linguagem literária e poética com que me surpreendeste.