14 setembro 2008

A EXONERAÇÃO DE CARLOS FRAGATEIRO

Li hoje no Público “on line” a notícia das justificações dos Ministérios da Cultura e das Finanças que conduziram à exoneração da administração do TNDM II dirigida por Carlos Fragateiro (CF).

São razões de exigência e de rigor que, penso, devem estar presentes no exercício de quem gere a “coisa pública”. A não ser cumprido este princípio, essa função falha completamente.

Sem me aprofundar mais nessa questão, por não a conhecer ao pormenor, não quero, todavia, deixar de manifestar a minha estranheza a alguns comentários feitos a propósito na mesma página por alguns leitores e que me parecem conter alguma injustiça.

ter desrespeitado durante anos o ensino artístico em Portugal”!

Que eu saiba CF nunca exerceu nenhum cargo público que comprometesse o sucesso da educação artística em Portugal. Foi e é, exclusivamente, professor de Expressão Dramática e Teatro na Universidade de Aveiro, vindo já da Escola do Magistério Primário com essas funções.
Como qualquer professor diplomado tem toda a legitimidade para o exercício dessa função. Por isso fez mestrado na Universidade de Montréal no Canadá e doutoramento na Universidade de Aveiro na mesma área. É um profissional prestigiado nacional e internacionalmente pelos seus pares.

Lembro, a quem já se esqueceu, de que foi ele e um conjunto de jovens actores/professores, onde se incluíam por exemplo António Nóvoa, Amilcar Martins, Luís Aguilar e outros que, em meados da década de setenta do século passado, conseguiram implementar o ensino da Expressão Dramática nos currículos do ensino primário da altura, assim como nos currículos de formação nas Escolas do Magistério Primário e nas Escolas Normais de Educadores de Infância.

Voluntariamente, durante alguns anos, esteve na organização dos Encontros Nacionais e Internacionais de Expressão Dramática e de Teatro na Educação.

Também durante alguns anos esteve à frente da Associação de Professores de Expressão Dramática e Teatro que fundou conjuntamente com o mesmo grupo.

Por uma questão de justiça não vale a pena ignorar esta questão que é, nos comentários a propósito da sua demissão, absolutamente misturada e confundida, mesmo que as funções acabadas de exercer não tenham corrido tão bem.